Engenharia de Alimentos

São as técnicas e os conhecimentos usados na fabricação, na conservação, no armazenamento e no transporte de alimentos industrializados. Esse profissional cuida de todas as etapas de preparo e conservação de alimentos de origem animal e vegetal. Seleciona a matéria-prima, como leite, carnes, peixes, legumes e frutas, e define a melhor forma de armazenagem, acondicionamento e preservação dos produtos, projetando embalagens. Cria e testa formulações, a fim de determinar o valor nutricional de alimentos industrializados, seu sabor, sua cor e consistência. A indústria alimentícia é, sem dúvida, seu principal campo de atuação. Mas pode trabalhar, ainda, em indústrias fornecedoras de equipamentos, embalagens e aditivos.

1 de abril de 2010

Guia VEJA de profissões - Engenharia de Alimentos

VEJA.com recrutou 30 profissionais de destaque de diferentes áreas para ajudar você a resolver um dilema: qual carreira seguir. Eles responderam questões da redação e também dos internautas, com o objetivo de esclarecer como é o dia-a-dia de suas áreas, quais as habilidades requeridas por suas atividades e as perspectivas de mercado para os próximos anos, entre outros temas.


RESPOSTAS:

1. Em que medida você interage com outras pessoas durante o seu trabalho?
Como trabalho com desenvolvimento de produtos, preciso interagir com vários departamentos da empresa, principalmente com industrial, marketing, suprimentos e qualidade. Existem atividades específicas, como elaboração de um novo produto, que é feita, de fato, pela minha equipe, mas as outras áreas também têm o seu papel: suprimentos precisa solicitar amostras dos ingredientes para o fornecedor; industrial precisa testar o produto na fabrica; o marketing precisa definir como os clientes querem o produto etc.


2. Você trabalha nos fins de semanas? Com que frequência?
Raramente trabalho nos fins de semana, apenas quando preciso fazer algum teste e a planta da fábrica está totalmente ocupada.


3. Você pode fazer o seu próprio horário de trabalho?
Não. Eu não preciso bater ponto, mas preciso cumprir as oito horas de trabalho.


4. Assim que me formo, quais são os caminhos que posso seguir na profissão?
Vou detalhar um pouco mais o trabalho em empresas, onde tenho experiência. Com a formação em engenharia de alimentos, há varias oportunidades dentro da empresa, como áreas de produção, qualidade, desenvolvimento e engenharia e existem ainda oportunidades na área comercial de ingredientes também.


5. Ao entrar no mercado de trabalho, é melhor experimentar várias empresas de início ou já se estabelecer em um único emprego?
O importante na vida é ser feliz. Então, se você estiver no seu primeiro emprego e estiver realizado e motivado, não precisa mudar de área. Só acho interessante mudar de emprego se não temos mais nenhuma motivação para acordar e ir trabalhar.


6. É necessário se atualizar de forma permanente na sua profissão?
Hoje em dia temos que estar sempre nos atualizando, independente da profissão. Se você estiver numa área especifica, tem que se aprofundar nela até se tornar o melhor. Pós-graduação, hoje em dia, não é mais um diferencial, e sim uma exigência. Inglês e espanhol também são pré-requisitos para a área.


7. O que mais o decepcionou no exercício da profissão?
Não tive nenhuma decepção até o momento, pois eu gosto muito da minha profissão.


8. E o que mais o agradou/surpreendeu de forma positiva?
A utilização de vários conceitos e ensinamentos aprendidos na universidade no meu dia-a-dia.


9. É possível trabalhar como autônomo ou empresário na sua profissão, ou a tendência é continuar sempre como empregado?
Hoje em dia, a maioria trabalha como empregado, mas existem profissionais que trabalham como consultores e outros que atuam como empresários na área de alimentação.


10. Na sua opinião, qual é o perfil ideal para um profissional dessa área?
Como a atuação do engenheiro de alimentos é bastante ampla, o perfil do profissional é bastante diversificado. Há espaço para o tímido, o curioso, o extrovertido, entre outros. Mas como a profissão começa na universidade, o engenheiro de alimentos tem que ter afinidade com matemática, química e física.


11. Qual é o maior desafio para o exercício da sua profissão?
O maior desafio é atender os desejos do mercado consumidor, desenvolvendo um produto com qualidade, além de custo competitivo e garantia de praticidade no dia-a-dia do consumidor.


12. Qual habilidade é a mais útil e necessária para o exercício da profissão?
A mais importante é o bom-senso, mas também é importante ser comunicativo, curioso e ter o domínio do conhecimento técnico.


13. Quanto tempo leva até você conseguir alcançar certa "estabilidade" na sua carreira?
Se considerarmos que estabilidade financeira é ter carro, casa e dinheiro para aproveitar as férias sem precisar de ajuda dos pais, podemos falar em seis anos. Foi o que demorei para chegar neste patamar.


14. Gostaria de saber sobre a inserção no mercado de trabalho. (Guiomar Fernanda Peixoto, 27 anos)
A área de alimentos é um mercado que sofre menos nos momentos de crise. De qualquer forma, para facilitar a sua inserção, é preciso se preparar muito bem e também participar de empresas do tipo junior ou centros acadêmicos durante a faculdade.


15. Pretendo cursar engenharia de alimentos e tenho curiosidade de saber qual é a rotina de um profissional da área. (Angelice Fernandes Mesquita, 17 anos)
Isso depende da área de atuação. Posso descrever as atividades que realizo na área de desenvolvimento da Parmalat: teste de novas fórmulas de produtos no laboratório e na fábrica; pesquisas de novos ingredientes e processos; contatos com fornecedores; elaboração das informações dos rótulos dos produtos; elaboração dos procedimentos de fabricação; mapeamento dos concorrentes.

Pimenta peruana arde mais do que a pimenta malagueta

Em grandes quantidades o ají pode atacar o estômago e o intestino, mas é rico em vitaminas A e C, ajuda a prevenir alguns tipos de câncer e evita o envelhecimento precoce.




O país de todas as cores é também de todos os sabores. A cozinha peruana está conquistando o mundo, em grande parte, por causa da riqueza e da variedade dos ingredientes que existem no país.

O ají é a pimenta peruana. O Peru produz pelo menos 50 variedades diferentes de pimenta. Para os peruanos, o aji não é apenas um tempero, é um produto que faz parte da identidade do país.

Ninguém melhor para falar do ají que o chef mais famoso do Peru, que encontramos por acaso no mercado. Gastón Acurio diz que vai sempre ao local para conversar com os feirantes e buscar ideias pra novos pratos.

Ele explica que a cozinha de todos os países tem uma característica. Na Itália, por exemplo, é o tomate. Na cozinha peruana, é o ají. Para Gastón, se você tirar o ají, a comida fica sem pátria.

Alguns tipos de ají a gente encontra nas feiras do Brasil. Dizem que a nossa pimenta malagueta é doce perto do ají charapita.

Será que tanto ají não faz mal? Em grandes quantidades sim, pode atacar o estômago e o intestino. É o que me diz a nutricionista Lizette Ganoza. Mas ela dá também a boa notícia: o ají é rico em vitaminas A e C, ajuda a prevenir alguns tipos de câncer e evita o envelhecimento precoce.

Dona Tereza Izquierdo é considerada a mãe dos cozinheiros peruanos. Aos 76 anos, ela é louca pelo Brasil e pelo nosso carnaval. Mas, quando o assunto é cozinha, ela se anima é com o ají.

Ela prepara pra gente um pato ao molho de pimenta. O segredo desse e de outros pratos peruanos é o ají usado sem pele e com pouca ou nenhuma semente, para o gosto ficar mais suave.

Mas o que o peruano come no dia a dia? Em Cusco, fomos dar um passeio no mercadão da cidade. O prato mais tradicional do país é o ceviche - peixe em cubos, temperado com sal, cebola, ají e o mais importante: limão, muito suco de limão.

O ceviche não vai ao fogo e dizem que é afrodisíaco. Uma peruana diz que o ceviche com arroz e verduras é mais ou menos como se fosse o nosso arroz com feijão. Os peruanos comem quase todos os dias.

O Peru tem ainda ervas dos Andes, pães artesanais, frutas enormes.

O repórter Hélter Duarte encontrou uma abóbora que pesa mais ou menos 40 kg, a dona da banca afirma essa é uma abóbora pequena, porque tem abóboras que chegam a pesar 70 kg. Elas vêm da região de Arequipa que é no sudoeste do Peru.

São riquezas que vem da terra. No Vale Sagrado, na região de Cusco, as plantações de linhaça deixam a paisagem ainda mais bonita.

Mas a rainha desse solo tão fértil é sem dúvida a batata. São mais de duas mil variedades de batatas catalogadas no Peru. O nosso guia, Wilian Huampa, que também é professor de história e geografia, conta que as chamadas “papas” são nativas do país.

Wilian mostra a batata peruana. Ela é chamada assim, porque tem as mesmas cores da bandeira de Peru, vermelho e branco.

Cientistas afirmam que a batata é cultivada nessa região há sete mil anos e foi apresentada ao mundo pelos espanhóis, na época do descobrimento do Brasil, justamente depois que eles dominaram com violência um grande e poderoso império: o inca.